Psicologia e trabalho no CRAS


A cultura participativa no CRAS ainda se reveste do clientelismo e assistencialismo, vivendo os mesmos dilemas de outros setores das políticas sociais no Brasil, provocando uma sensação de impotência diante de determinismos macroestruturais, reduzindo a crença no trabalhador como agente de mudanças - é uma das conclusões de pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Psicologia - MG com os psicólogos que trabalham nos CRAS.
 
A pesquisa evidenciou que os processos de desenvolvimento da proteção básica do SUAS quase não se interligam ao processo de desenvolvimento de autonomia dos próprios trabalhadores e usuários.

As identidades de psicólogos e outros profissionais não precisam ser rigorosamente mantidas e definidas por exclusão uma da outra. A pesquisa mostrou que a maioria dos profissionais relata ora uma indiferenciação entre as profissões, o que lhes causa uma série de incômodos e uma sensação de não estarem adaptados para a função, ora uma tendência para demarcar rigidamente a disciplina, no caso, a psicologia. A transdisciplinaridade não deveria estar simplesmente colocada como norma em documentos oficiais, pois se trata de uma construção do grupo de trabalhadores.

O não reconhecimento dos determinantes sócio-históricos nas situações de vulnerabilidade e risco social, a concentração do enfrentamento à pobreza dentro do próprio CRAS, em detrimento da importância deste aspecto na articulação das diversas políticas e, ainda, a adoção acrítica de metodologias, são provocados pelas inconsistências da própria política em suas diversas dimensões.

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