Segue uma Seleção de textos sobre Movimentos Sociais no Brasil, sugeridos por Cássia Vieira de Melo, colaboradora da Frente de Defesa:
A PARTICIPAÇÃO SOCIAL COMO PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA NO BRASIL
Alexandre Ciconello (advogado, cientista político e especialista em direitos humanos).
“Procura-se analisar a estrutura de participação social criada no Brasil após o restabelecimento do regime democrático, no final dos anos 1980. O Brasil hoje é um celeiro de iniciativas e de idéias no que diz respeito a ampliação da participação de cidadãos e cidadãs nas decisões públicas”.
MOVIMENTOS SOCIAIS: ABORDAGENS CLÁSSICAS E CONTEMPORÂNEAS
Everton Lazzaretti Picolotto (Bacharel em Ciências Sociais, Doutorando em Ciências Sociais CPDA/UFRRJ).
A noção de movimento social não é consensual nas ciências sociais. Por longo período
conviveram paradigmas conflitantes. Este artigo parte da noção clássica marxista de movimentos sociais, aborda a emergência do paradigma dos novos movimentos sociais e do neomarxismo e procura tratar mais atentamente as abordagens contemporâneas de Alain Touraine, Manuel Castells e Alberto Melucci. Ainda se procura analisar as interfaces e divergências de algumas das principais abordagens contemporâneas de movimentos sociais e as suas implicações para a operacionalização no estudo de fenômenos empíricos.
NOVOS DESAFIOS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Gilvander Luís Moreira (Frei e padre Carmelita, mestre em Exegese Bíblica, professor de Teologia Bíblica, assessor da CPT, CEBs, CEBI, SAB e Via Campesina).
Delze dos Santos Laureano, advogada, professora de Direito Constitucional e Direito Agrário, na Escola Superior Dom Hélder Câmara, em Belo Horizonte; Procuradora do Município de Belo Horizonte/MG, membro da RENAP – Rede Nacional de Advogados Populares;
“Neste trabalho construímos uma proposição do que são os novos desafios dos movimentos sociais. Inicialmente procuramos delimitar os temas, desafios e movimentos sociais, para, a partir de uma análise da conjuntura, mostrar como os novos desafios nascem de perplexidades produtivas. O modo de produção capitalista ainda é a causa das diversas mazelas que ensejam as lutas. Todavia as questões
ambientais têm pautado as ações no campo e na cidade. Criar uma rede de solidariedade, vencer o poder da mídia e formar verdadeiras lideranças são os primeiros passos para vencer esses desafios e fazer o vento soprar em outra direção.”
OS MOVIMENTOS SOCIAIS E SUA RELAÇÃO COM OS CANAIS INSTITUCIONAIS
Agnaldo dos Santos, Lizandra Serafim e Pedro Pontual (Observatório dos Direitos do Cidadão/Equipe de Participação Cidadã, Instituto Pólis)
“As experiências recentes na América Latina apontam a necessidade de movimentos, partidos e governos apostarem em uma relação de parceria com autonomia: de governos baseados em Estados capazes de construir pautas de desenvolvimento econômico e social sem serem capturados pelos interesses privados; de partidos que podem criar mecanismos internos que os tornem mais próximos das aspirações sociais e bem menos máquinas eleitorais a serviço de uma aristocracia partidária; de movimentos que podem e devem se transformar em interlocutores privilegiados do Estado e dos partidos, no sentido de construírem o desenho de políticas públicas e auxiliando no seu monitoramento e avaliação.”
SOCIEDADE CIVIL NO BRASIL: MOVIMENTOS SOCIAIS E ONGS
Maria da Glória Gohn (Doutora em Ciência Política, Professora Titular da Faculdade de Educação da UNICAMP).
“O texto apresenta uma análise do processo de participação social na sociedade civil brasileira, considerando os movimentos sociais, ONGs e outras formas de associação, como fóruns, plenárias populares e conselhos de administração pública. Apresenta uma discussão do conceito de movimento social, a diferença entre movimentos sociais e ONGs e as características básicas do novo associativismo no Brasil. O documento também mostra um mapeamento dos movimentos sociais atuais no Brasil.”
SOCIEDADE CIVIL, PARTICIPAÇÃO E CIDADANIA: DE QUE ESTAMOS FALANDO?
Evelina Dagnino (Pesquisadora, Universidade Central da Venezuela).
O texto discute as feições que assume hoje no Brasil o impacto do projeto neoliberal sobre a cultura política e sugere a existência de uma confluência perversa entre um projeto político democratizante, participativo, e o projeto neoliberal, que marcaria hoje o cenário da luta pelo aprofundamento da democracia na sociedade brasileira. Examina também a disputa político-cultural e os deslocamentos de sentido que ela opera em três noções —Sociedade Civil, Participação e Cidadania— como referências centrais para o entendimento dessa confluência. Finalmente, analisa preliminarmente as implicações desse processo de re-significação para as representações vigentes de política e de democracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário